O apelo da mídia durante aquela semana referiu-se ao dia 2
de Abril como o dia de olhar para o céu, mas esta é a ênfase de todo o ano de
2009.
Naturalmente que é exatamente na observação do céu que a Astronomia
encontra sua principal ocupação, portanto as 100 horas aludidas realçaram a
importânia dessa milenar ciência.
Astronomia é, segundo The New Encyclopeadia Britanica, “…a
ciência que lida com a origem, evolução, composição, distância, e moção de
todos os organismos e matéria dispersa no universo. Inclui a Astrofísica que
discute as propriedades e a estrutura de toda matéria cósmica.”
Portanto, é sempre bom lembrar, a Astronomia nunca pode ser
confundida com Astrologia, que é a “pseudociência que consiste de um sistema de
tradições e crenças que afirmam que a posição aparente dos planetas, Sol, Lua,
e outros corpos celestes, conforme vistos da Terra, influenciam a vida humana.”
( Wikipédia )
Porém, tanto a Astronomia quanto a Astrologia, estão com os
olhos atentos no céu. Aquela com uma preocupação de natureza científica, esta,
meramente expeculativa e ituitiva.
O olhar para o céu remonta os tempos de Abrãao. É muito
interessante o texto de Gênesis 15: 5 “Então, conduziu-o até fora e disse: Olha
para os céus e conta as estrelas, se é que o podes. E lhe disse: Será assim a
tua posteridade.” ( RA ). O desafio de Deus para o patriarca não teve nenhuma
conotação astrológica; parece ter sido totalmente de fundo astronômico.
Abraão foi confrontado pelo próprio Criador com a realidade
da imensidão do cosmos: Nem mesmo as estrelas podiam ser contadas o olho nu.
Era o homem diante de sua primeira experiência de natureza astronômica.
Instigante… o pai da fé num desafio científico.
O foco dessa experiência narrada no Gênesis era o desejo de
Deus mostrar a Abraão, a dimensão de sua bênção e dos seus planos para ele.
Como a quantidade das estrelas, a posteridade de Abraão seria imensurável.
Olhar para o céu foi revelador! Vale a pena lembrar, neste contexto, Salmo 19:1
“ Os céus proclamam a glória de Deus, e o firmamento anuncia as obras das suas
mãos.” ( RA ). É isso que a Teologia nomina como revelação geral. Afinal de
contas, olhar para o céu é, acima de tudo, encontrar-se com o Deus que se
revelou.
Um outro texto não menos revelador de Deus é o de Atos 1:10,
11 “E, estando eles com os olhos fitos no céu, enquanto Jesus subia, eis que
dois varões vestidos de branco se puseram ao lado deles e lhes disseram: Varões
galileus, por que estais olhando para as alturas? Esse Jesus que dentre vós foi
asunto ao céu virá do modo como o vistes subir.” ( RA ).
Nessa passagem da ascensão de Jesus, os dois varões vestidos
de branco, possivelmente anjos, mensageiros de Deus, indagaram os discípuolos o
por que de estarem olhando para o Céu. Os olhos dos discípulos estavam fixos no
céu, pois acompanhavam a asensão do Senhor até seu desaparecimento. Eles
estavam olhando para o céu, porém sem qualquer preocupação de naturea
astronômimca; olhavam Jesus…
Considerando que estava por findar-se o tempo da convivência
terreal com o Senhor Jesus, dá para imaginarmos tanta coisa passando pela mente
dos discípulos enquanto o olhavam ascendendo ao céu. Não observavam o
firmamento, mas notavam que Jesus subia na direção do Pai. Era o cumprimento
das palavras do próprio Jesus: “… e quando eu for…”. Esse olhar para cima dos
discípulos de Jesus no revelou o início da expectativa cristã pela volta de
Cristo, a qual coinscidirá com o tempo do julgamento final e inauguração da
verdadeira vida, para os que crêem. Olhar para o céu é, portanto, deparar-se
com a certeza do juízo de e da eternidade com Deus.
Como o Gênesis registra o primeiro olhar do homem para o
céu, o Apocalípse relata o derradeiro. “Vi novo céu e nova terra, pois o
primeiro céu e a primeira terra passaram, e o mar já não existe..” ( Apocalípse
21:1 – RA ), Agora, a contemplação do Apóstolpo João em Patmos, estrapola o
céu, objeto de observação dos astrônomos, e alcança o novo céu. Era a
inaugutação da metaastronomia, a visão do céu que está além do humanamente
observável. É a revelação de Deus em seu clímax, o verdadeiro e literal
apocalípse.
Esse olhar crepuscular para o céu, apontou para o ocaso da
ciência, sua limitação, sua finitude. Por paradoxal que pareça, o que os
astrônomos hoje chamam de infinito, e o fazem já por reconhecerem a
grandiosidade do espaço observável; na verdade é apenas a parte ainda
imperscrutável do finito. É na metahistória, na ambiência do kairós que está o
verdadeiro infinito: Uma amplitude que se confunde com o próprio Deus. Por fim,
então, o olhar para o céu será o vislumbrar, sem espelho e sem sombras, do
próprio Criador.
Nesse tempo enfim, não serão apenas 100 horas, ou um ano…
Tampouco, Astronomia. Será, isto sim, a eternidade sem céu, sem astros e sem
estrelas, sem calor e sem espaço cideral… A eternidade olhando Deus face a
face. “Porque, agora, vemos como em espelho, obscuramente; então, veremos face
a face. Agora, conheço em parte; então, conhecerei como também sou conhecido.”
( I Coríntios 13:12 – RA ).
Na verdade, cada dia é dia de olhar para o céu! Todo dia
podemos nos abrir um pouco mais para que Deus nos mostre quão grandes são os
seus planos para nós; nos revele a dimensão da eternidade no Seu Reino e nos
permita entender o valor de uma esperança imorredoura no novo céu e na nova
terra.
Soli Deo Gloria!