Suplicy e o Cartão Vermelho para o Sarney

Popularizado pelo futebol, o cartão vermelho é apresentado pelo juiz a um jogador que comete uma falta muito grave ou que reincide em faltas após ter recebido os segundo cartão amarelo.
As conseqüências do cartão amarelo são indigestas. Primeiro, o atleta precisa deixar imediatamente o jogo. Seu time passa a jogar com um jogador a menos, visto que a aplicação do cartão vermelho inibe a substituição.
Como se não bastasse, o jogador ainda está automaticamente fora do jogo seguinte do seu time.

Na base do cartão vermelho está a questão da disciplina aplicada a quem insiste em infringir as regras do jogo.
Assim, merece o afamado cartão quem tem a cara de pau de insistir em não andar na linha.
Foi por isso que o Senador Eduardo Suplicy ( PT de São Paulo ) decidiu ir à tribuna do Senado Federal pedir a renúncia do Presidente José Sarney, mostrando-lhe um cartão vermelho. Assim fazendo, anunciou que Sarney saiu da linha no exercício do seu mandato como Senador, infringiu as regras que regem a conduta e ética da função parlamentar. Pisou na bola feio!
É mesmo uma vergonha vermos uma casa da magnitude do Senado Federal mergulhada em tão viscoso lamaçal moral; de fato um apagão ético sem precedente.
A cena protagonizada pelo parlamentar petista bem que simboliza a atitude que o povo brasileiro precisa tomar na próxima vez em que for convocado às urnas: Com o seu voto, colocar para fora do exercício do poder em nosso país, todos os que visivelmente estão passando por cima dos padrões éticos e morais que devem reger a conduta de todos nós e, em especial, daqueles que estão em posição de liderança.
Então, fique atento, nas próximas eleições vamos comparecer às urnas levando em nossas mãos o único cartão vermelho que tem poder de disciplinar os inescrupulosos: O nosso voto!
Suplicy, apesar da atitude heterodoxa, não laborou em equívoco… Cartão vermelho sim, para Sarney e para todos os seus comparsas… de ontem e os de hoje!


por Lécio Dornas