Muitas pessoas relacionam a questão do testemunho cristão
com o que se faz. Os religiosos de plantão, inclusive, apressam-se em julgar
qualquer ato ou palavra sem ao menos saberem dos fatos que os geraram. Mas
nesta ótica, o mau testemunho é sempre algo que, não deveria, mas é feito.
O mesmo se dá com o pecado. É comum o relacionarmos com o
que se faz. Um mentiu, o outro agrediu, um terceiro ofendeu… E por aí vai.
Sempre se vê o pecado como algo errado que alguém faz.
Mas esta é uma visão estrábica tanto do testemunho quando do
pecado. Pois podemos dar um mau testemunho e pecar pela omissão, ou seja,
exatamente pelo que não fazemos.
Não ler a Bíblia é um mau testemunho para o os filhos, se
for comum na vida dos pais. Não orar agradecendo a Deus a refeição, de igual
modo. Não ouvir com atenção o que o outro fala, não ser gentil, não ser
solidário, não ser hospitaleiro… Um cristão não deve se omitir a esses gestos,
fazendo-o pode incorrer em mau testemunho.
Da mesma forma acontece com o pecado. Não dizer a verdade,
não avisar o irmão do erro, não evitar a injustiça, não lutar pela paz, não
condenar o erro, não chorar com os que choram e não vibrar com as vitórias dos
outros… Um cristão não pode agir assim, pois pecará por omissão.
Impossível não lembrarmos Myrtes Matias: “Deixar morrer é o
mesmo que matar? Piedade, então, Senhor, para milhões de assassinos que poluem
a terra; que não matam, mas deixam morrer. Perdão, Senhor, não tanto pelo mal
que eu tenha feito, mas pelo bem que eu deixei de fazer”.
BOA NOITE!
Lécio Dornas