Talvez uma das virtudes mais ausentes em todas as esferas da
sociedade em nossos dias. Ser diligente, ter boa vontade, interesse, empenho e
atenção, mostrar-se dedicado ao ponto de procurar fazer sempre o melhor, indo
mesmo além da mera obrigação e antecipar-se em suprir e ajudar alguém antes de
ser solicitado; falar dessas atitudes hoje é como citar máquina da datilografia
ou mimeógrafo… A nossa geração desconhece por completo.
Vivemos o tempo do exigir tudo, mesmo sem oferecer nada. A
era do fazer, no máximo, a obrigação e vangloriar-se disso. A época de
esforçar-se pouco ou nada e ainda assim esperar muito fruto e resultado. O
momento quando a preguiça se mostra epidêmica, e mesmo assim não é combatida.
Em nossos dias quem estuda demais, quem trabalha demais,
quem se esforça demais e quem se aplica demais ganham alcunhas, maior das vezes
demeritórias.
É a solidão da solicitude ou mesmo seu exílio.
Mas como nossa sociedade seria enobrecida pela multiplicação
da solicitude e dos solícitos! Já imaginou encontrarmos pessoas dedicadas e
plenas de boa vontade e diligência em todo canto?
Um dia desses uma senhora na igreja reclamou comigo de
alguém que não aceitou achegar-se para o meio do banco, para que ela, idosa e
de bengala, pudesse ocupar a extremidade. Parece que a pessoa resmungou que não
tinha a obrigação de fazer o que ele pedia, por ter chegado mais cedo… É mesmo
o fim! Nem na Casa de Deus, cujos gestos de bondade imerecida sobejam sobre
nossas vidas, a solicitude pode ser encontrada!
Mas viver com dedicação, esforçando-se por fazer sempre o
melhor e esmerando-se, mesmo remando contra a maré e se expondo a receber
alcunhas, por desenvolver solicitude em nossa conduta, é fazer a vida valer a
pena!
BOA NOITE!
Lécio Dornas